Aviso

O conteúdo presente neste blog, não pretende de forma alguma substituir o tratamento médico. É meramente de consulta e informação. Se lhe surgir algum sintoma que considere relevante, consulte imediatamente o médico

Dedaleira - tónico cardíaco, mas cuidado!




IDENTIDADE


Nome em latim: Digitalis purpurea L.

Nome em português (PT): digital; abeloura; beloura; erva-dedal; troques; caçapeiro; maia; estoura-flores; caralhotas; dedalário; dedaleiro-verdadeiro; nenas; luvas-de-santa-maria; estraques; estoirotes

Nome em protuguês (BR): erva-deda, luvas-de-nossa-senhora.

Nome em espanhol: digital; purpúrea, dedal colorado, dedalera; dediles; guante de la virgen.

Nome em francês: digital; pourprée; gant de Notre Dame

Nome em inglês: purple; foxglove; common foxglove


Descrição: planta bienal, da família das Escrofulariáceas, que atinge 1,5m de altura. As folhas são grandes, aveludadas e lanceoladas, e saem da parte inferior da planta. As flores têm a forma de dedo, de cor púrpura ou rosada, e crescem todas juntas no extremo do caule.

Habitat: comum em montanhas de terrenos siliciosos da Europo Ocidental. Naturalizada no continente americano.

Referências históricas:
A dedaleira é um exemplo típico de como uma mesma planta pode curar ou matar. No século XVII, na Inglaterra, deu-se pela primeira vez uma infusão de folhas de dedaleira a um doente que sofria de hidropisia de origem cardíaca (inchaço de todo o corpo por falha do coração). Poucos anos mais tarde, a dedaleira foi incluída na Farmacopeia de Edimburgo.
Desde então, fizeram-se muitas investigações bioquímicas e biológicas com esta planta, cujos princípios ativos ainda não puderam ser substituídos por nenhum produto químico.
Atualmente, os glicósidos da dedaleira são amplamente utilizados em medicina, e têm salvo a vida a milhares de doentes do coração.
Ao mesmo tempo, porém, a dedaleira é uma planta muito tóxica, e a infusão de apenas uma pequena parte de uma única folha (cerca de 10g) pode causar a morte de um adulto. É um problema de dosificação: a margem terapêutica é muito estreita, e a dose tóxica está muito próxima da curativa.
Devido a existirem grandes variações na concentração dos princípios ativos, segundo o lugar onde a planta se desenvolveu, a época da recolha, a rapidez da secagem das folhas, etc., a indústria farmacêutica recorreu ao isolamento desses princípios ativos quimicamente puros. Deste modo, é mais fácil doseá-los e aplicá-los corretamente. Em contrapartida, a eficácia destes extratos é menor, pois prescinde-se de outras substâncias presentes na planta, e que completam a sua ação.


APLICAÇÕES

Podemos distinguir dois tipos de substâncias na dedaleira:

Não glicósidas: digitoflavina (corante amarelo), cicloexanol, ácidos málico e succínico, tanino e uma diastase oxidante. Estas substâncias não têm uma ação direta sobre o coração, mas complementam e potenciam os efeitos dos glicósidos.

Glicósidos: São os responsáveis pelos efeitos cardiotónicos que a dedaleira tem sobre o músculo cardíaco. Os mais importantes são a digoxina e a digitalina. Possuem as seguintes propriedades:

– Aumentam a força das contrações do coração, melhorando o seu rendimento mecânico.

– Normalizam o ritmo cardíaco quando este é irregular ou demasiado rápido (taquicardia).
Por tudo isto, os glicósidos da dedaleira são um remédio insubstituível nos casos de insuficiência cardíaca (incapacidade do coração para bombear o sangue de que o corpo necessita), que nos casos agudos se manifesta clinicamente como edema (encharcamento) pulmonar, ou como hidropisia (acumulação de líquido nas cavidades e nos tecidos do organismo). Além disso, normalizam o ritmo do coração e têm uma certa ação diurética, o que contribui para melhorar o funcionamento do aparelho circulatório.

Partes utilizadas: As folhas.

Usos terapêuticos:

Uso interno

Preparados farmacêuticos:
A maneira mais segura e mais bem tolerada de aplicar a dedaleira é utilizar o seu extrato em forma de preparado farmacêutico. No entanto, a planta completa é mais eficiente, embora requeira mais precaução para se administrar a dose exata. Só farmacêuticos e médicos com experiência em fitoterapia podem tirar o máximo proveito desta poderosa planta que, corretamente aplicada, pode resolver grandes problemas cardíacos e, inclusivamente, salvar a vida.

Infusão:
Faz-se com 1g de pó obtido por trituração das folhas secas, em 100ml de água quente, sem que chegue a ferver. Deixar repousar durante 15 minutos. Tomá-la ao longo do dia, às colheradas. Não ultrapassar esta dose. Não se deve tomar de forma continuada durante mais de 10 dias seguidos, pois os glicósidos acumulam-se no organismo; o habitual é tomá-la 5 dias seguidos e descansar dois.

Uso externo

Compressas:
Prepara-se uma infusão com 1 ou 2 folhas por litro de água, que se aplica sobre a zona da pele afetada, empapando compressas de algodão.

Excelente cicatrizante

Em uso externo, as folhas desta planta são um excelente cicatrizante de úlceras e chagas cutâneas, incluindo as varicosas. Era esta a principal aplicação da dedaleira antes de serem descobertos os seus efeitos sobre o coração.

AVISO: nunca use esta planta para uso interno. Embora esteja descrito aqui o seu uso, serve apenas para conhecemento e não para ser aplicada. O seu uso interno levará à morte de quem a tomar.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Sem comentários:

Enviar um comentário