Crucíferas
ajudam a reduzir o risco de cancro do pulmão e outros cancros
Os legumes crucíferos são os vegetais com mais propriedades anticancerígenas comprovadas. Estes alimentos constituem uma verdadeira farmácia natural, repletos de substâncias químicas que podem interagir positivamente com os mecanismos biológicos do nosso corpo.
As crucíferas destacam-se como "alicamentos" devido à alta concentração de fitoquímicos específicos, os isotiocianatos. Estes compostos demonstram, em diversos estudos, inúmeras propriedades quimiopreventivas, incluindo:
- Inibição das enzimas de Fase I: Algumas substâncias procarcinogénicas necessitam de ser ativadas por estas enzimas para se tornarem potencialmente carcinogénicas.
- Indução das enzimas de Fase II: Responsáveis pela eliminação de substâncias tóxicas e carcinogénicas do organismo.
- Regulação do Ciclo Celular: Promovem a interrupção do ciclo celular para reparar danos no ADN ou ativar a apoptose.
- Atividade anti-inflamatória: A inflamação aumenta o risco de cancro, promovendo a proliferação celular e inibindo a apoptose. Alguns isotiocianatos inibem a produção de moléculas inflamatórias e a atividade do fator de transcrição NF-kappaB.
- Atividade antibacteriana: O sulforafano, um isotiocianato, demonstrou inibir o crescimento e destruir estirpes da bactéria Helicobacter Pylori, associada ao cancro do estômago.
O consumo de alimentos ricos em isotiocianatos, como couves, brócolos, agrião, rúcula e nabo, tem mostrado benefícios na prevenção e no tratamento complementar de vários tipos de cancro.
Um estudo recente revelou que fumadores com um consumo elevado de crucíferas apresentaram um risco inferior de desenvolver cancro do pulmão.
Contudo, para se obterem esses benefícios, é fundamental que os vegetais crucíferos sejam consumidos crus. Isto porque os isotiocianatos são formados a partir de glucosinolatos, e a enzima mirosinase converte esses compostos em isotiocianatos durante a hidrólise. Como os glucosinolatos são solúveis em água, a sua perda ocorre quando os vegetais são cozinhados em água fervente, resultando numa perda de 18 a 59% desses compostos, além da inativação da mirosinase.
Para maximizar os benefícios, os vegetais crucíferos devem ser consumidos crus, em sumos ou na forma de germinados.
Referências:
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