ANGÉLICA ARCHANGÉLICA
NOME
EM LATIM: Angelica archangelica L.
FAMÍLIA:
Umbelíferas
OUTROS
NOMES: erva-do-espírito-santo.
HABITAT:
Originária do norte da Europa e da Ásia, ainda que o seu cultivo e uso se
tenham expandido por todo o mundo. Prefere os lugares frios e húmidos, perto de
rios e pântanos.
DESCRIÇÃO:
Planta herbácea que costuma medir de 1 a 2 m de altura. O seu caule é grosso e
canelado, em cujo extremo se encontram as flores distribuídas em forma de
umbela.
Existe
um certo risco de confundi-la com a cicuta, que também pertence à mesma
família, embora apresente diferenças significativas. Além disso, a angélica
exala um agradável aroma entre picante e adocicado, enquanto a cicuta tem um
cheiro muito desagradável.
REFERÊNCIAS
HISTÓRICAS: A angélica é uma típica planta nortenha. Na Gronelândia ocupa
grandes extensões, e os habitantes daquele país usam-na abundantemente desde
tempos remotos. Não sendo uma planta mediterrânea, não chegou a ser conhecida
pelos grandes médicos e botânicos da antiguidade clássica.
Começou
a ser usada na Europa na Idade Média, durante as grandes epidemias da peste. Muitos
atingidos pela peste procuravam-na desesperadamente como último remédio antes
de se entregarem à morte, já que se tinha divulgado a lenda, segundo a qual o
arcanjo Gabriel a mostrara a um sábio ermitão, para que este pudesse combater a
peste. Daí os monges e frades terem começado a cultivá-la nos seus conventos,
com o fim de elaborar com ela diversos tipos de remédios, infelizmente todos em
forma de licor alcoólico. Hoje ainda se preparam com a angélica os licores
Benedictine e Chartreuse.
PROPRIEDADES
E INDICAÇÕES: A angélica era recomendada para uma longa lista de doenças, desde
a peste ao reumatismo, como se se tratasse de uma panaceia. Os seus princípios
activos são o felandreno, de acção digestiva e espasmolítica, e a angelicina,
que exerce uma acção sedativa e equilibradora sobre o sistema nervoso. A estes
princípios activos se devem as suas autênticas propriedades medicinais:
Digestiva
e carminativa: É um grande tónico e estimulante das funções do aparelho
digestivo. Aumenta o apetite, facilita a digestão, aumenta a secreção de sucos
gástricos e elimina os gases e fermentações intestinais (Œ). É a planta por
excelência para os que têm falta de apetite, os debilitados e os dispépticos. Muito
indicada para aqueles que sofram de estômago descaído ou atónico (ptose
gástrica). Dá bons resultados no caso de enxaqueca de origem digestiva.
Tonificante
e equilibradora do sistema nervoso: Torna-se muito útil nos casos de
depressões, neurose e debilidade nervosa (Œ). Recomenda--se também aos
estudantes em época de exames, pessoas com stress, convalescentes de doenças
debilitantes e, em geral, a todos aqueles que tenham de superar alguma prova
difícil.
Os
banhos com água de angélica têm um efeito muito saudável sobre o sistema
nervoso ().
Tem
também efeitos diuréticos e expectorantes, embora de menor intensidade que os
anteriores.
PARTES
UTILIZADAS: A raiz especialmente, e também as folhas tenras e as sementes.
PREPARAÇÃO E EMPREGO:
USO
INTERNO
Infusão
ou decocção: Prepara-se com a raiz triturada, que é a parte mais activa da
planta, à razão de 20-30 g por litro de água.
Também
se podem acrescentar folhas tenras e sementes. Toma-se uma chávena de tisana
antes de cada refeição, até três vezes ao dia.
USO
EXTERNO
Banhos:
Decocção com 100 g de planta num litro de água, que se acrescenta à água do
banho.
Precauções
Desaconselhamos
formalmente o emprego dos licores preparados com angélica, pois os efeitos
nocivos devidos ao seu elevado conteúdo alcoólico ultrapassam em muito as suas
possíveis propriedades medicinais.
*
Extraído do livro A Saúde pelas Plantas Medicinais,
editado
pela Publicadora Atlântico, S.A.
Dr. Jorge Pamplona Roger
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