ABÓBORA
Amiga das artérias
Têm sido muitos e variados os usos que ao longo da história se têm dado a este
vegetal. Jonas, o profeta bíblico, serviu-se de uma aboboreira para lhe fazer
sombra na cabeça e deste modo se livrar de uma insolação. Os Romanos serviam-se
da abóbora, misturada com mel, para ajudar a digerir as abundantes carnes que
engoliam nos seus festins. Nalgumas regiões do Mediterrâneo, ainda se usam como
vasilhas certos tipos de abóbora (cabaças) depois de secas, pelo seu feitio de
garrafa.
No entanto, as toscas abóboras encerram um tesouro de propriedades medicinais, que poucos até aos nossos dias tinham sabido apreciar. A peculiar composição da sua polpa torna-a um dos melhores alimentos que se podem comer para cuidar da saúde das nossas artérias.
A abóbora é um dos alimentos mais pobres em lípidos (gordura) e em sódio (sal), dois inimigos declarados das artérias e do coração. O seu conteúdo em nutrientes é muito reduzido: 6% de hidratos de carbono, 1% de proteínas e praticamente nenhuma gordura. Em compensação, é notável pela sua riqueza em beta-caroteno (provitamina A) e em minerais como o potássio e o cálcio. Também é de notar o seu conteúdo em fibra solúvel, a que se deve o seu efeito saciante sobre o apetite.
Todas as variedades de abóbora apresentam as mesmas propriedades e as suas indicações são as seguintes:
- Hipertensão arterial: A abóbora é recomendável na alimentação dos hipertensos, não só pelo seu muito escasso teor de sódio, mas também pela grande porção de potássio que oferece.
- Afecções coronárias e arteriosclerose: Pelos seus níveis tão baixos de gordura e sódio, assim como pela sua abundância em beta-caroteno que protege a parede das artérias, a abóbora está indicada na dieta de todos aqueles que desejem cuidar das suas artérias. Os que sofram de angina de peito, ou os que tenham sofrido um enfarte, nunca deveriam deixar de comer abóbora pelo menos três vezes por semana.
- Afecções renais: Actua sobre os rins como um diurético suave, aumentando a produção de urina e favorecendo a eliminação de líquidos do organismo. O seu uso é conveniente em caso de afecções inflamatórias dos rins (nefrites e glomerulonefrites), edemas e, em geral, sempre que exista algum grau de insuficiência renal.
- Afecções do estômago: A polpa de abóbora é capaz de neutralizar o excesso de acidez no estômago e, além disso, exerce uma acção emoliente e protectora sobre a mucosa do estômago. O puré de abóbora com leite ou com bebida de soja é particularmente indicada nos casos de má digestão, gastrite e úlcera duodenal.
- Prisão de ventre: Pela sua suave acção laxante, acompanhada de um efeito emoliente sobre o tubo digestivo, a abóbora é recomendada sempre que haja prisão de ventre, assim como mau funcionamento do intestino manifestado por um excesso de fermentação ou putrefacção.
- Afecções oculares: A riqueza da abóbora em beta-caroteno faz dela um alimento muito recomendável em casos de diminuição da acuidade visual ou de transtornos de visão, de origem retiniana. Esta substância, aliada ao potássio, evita a formação de cataratas no cristalino.
- Prevenção do cancro: A abóbora contém três das substâncias vegetais de maior acção anticancerígena comprovada: beta-caroteno, vitamina C e fibra vegetal. Não é fácil encontrar num mesmo alimento estes três factores de grande eficácia preventiva contra o cancro.
Jorge Pamplona Roger
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