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Necessidade ou tradição?






NECESSIDADE OU TRADIÇÃO?
Precisamos realmente de carne?






Culturalmente estamos programados para comer de tudo. Somos omnívoros, dizia a professora aos seus alunos, tal como é o porco. Esta frase está embutida na minha memória como se a tivesse ouvido ontem.  Mas será assim, tal e qual quanto a nossa cultura obriga? Analisando bem, não parece que assim seja. Vejamos porquê...

Em termos anatómicos, o corpo do ser humano em nada está adaptado para o consumo de animais. Desde que os alimentos entram até que saem, o trato digestivo está feito para digerir produtos vegetais. 
Começando com dentição humana, esta é composta por dentes, na maioria chamados de molares, que como o nome indica são para moer, e os únicos alimentos que se moem são grãos. Para além disso, os dentes da frente são completamente diferentes de um animal carnívoro, como o cão ou o gato. Estes animais precisam de uma dentição desse género para rasgarem e partirem carne e ossos. Os nossos dentes foram feitos para moerem e esmagarem vegetais. Já experimentou partir ossos com os seus dentes? 
O maxilar do Homem quando comparado ao de um gato, por exemplo, tem movimento de rotação ligeiro para permitir a moagem dos alimentos, e tem pouca abertura, pois precisa de mastigar, e uma abertura menor obriga à mastigação. Os gatos têm um maxilar com uma amplitude de abertura bastante grande para poderem comer quase sem mastigar e não têm movimento de rotação. 
Na sua saliva, não está presente a enzima amílase, pois como não comem hidratos de carbono, não precisam dela para a digerir. Já os humanos ou animais herbívoros são detentores dessa enzima nas suas salivas
Para terminar, a saliva dos carnívoros é mais ácida do que a dos humanos, servindo para desfazer melhor os alimentos e desinfectar de bactérias que a carne traz.
Seguindo o caminho até o estômago, e apesar de termos um ácido bastante corrosivo lá, que ronda os 4 a 5 na escala de pH, o dos animais carnívoros, situa-se entre os 1 a 2, logo bastante mais ácido. A intenção desta acidez é para permitir uma boa digestão das fibras e partes duras das suas presas e boa desinfecção.
O intestino humano é bastante maior quando comparado com o intestino de um carnívoro. Esta característica tem como intenção a correcta fermentação dos vegetais. Ao ser mais longo também permite uma maior concentração de bactérias favoráveis, bactérias estas que irão promover uma melhor fermentação. A carne quando percorre um intestino longo, faz com que haja mais tempo de contacto entre a carne apodrecida e as paredes do órgão, promovendo a formação de toxinas que quando em demasiado contacto "apodrecem" o intestino. Esta acumulação faz-se mais na parte final do intestino, no recto, o que explica a formação fácil de tumores nessa área. Pelo facto de o intestino grosso humano ter dimensões maiores, explica o porquê de necessitar-mos de ingerir fibras em boa quantidade. Elas têm a função de varrer os locais por onde passam e por isso são precisas para limparem as paredes do intestino de resíduos que possam ficar agarrados. A flora intestinal é também diferente de humanos para carnívoros. Isto porque a alimentação de um não pode ser igual à de outro, daí estarem adaptadas às necessidades alimentares de cada um
Existem outras diferenças entre carnívoros e herbívoros, mas seria necessário entrar no campo da bioquímica, campo que creio não ser necessário para compreender as diferenças. Do meu ponto de vista, a adaptação que a cultura trouxe aos seres humanos para permitir ingerir produtos animais, é uma frustração e uma violação das leis da saúde, pois aparentemente a fisionomia e bioquímica está apta para esse tipo de alimentação, mas na realidade, essa prática levará à avaria do sistema que em nada está adaptado para receber tais produtos. Não é em vão que existam cada vez mais estudos científicos que demonstram que o consumo de carne esteja associado a vários tipos de cancro e outras doenças, enquanto que outros demonstram que alimentações baseadas em vegetais diminuem grandemente o riscos dessas doenças. 
A cultura não deve se sobrepor à protecção da saúde. Não é porque fomos educados pelos nossos pais, professores e até médicos a comer carne que o devemos fazer. Devemos compreender o funcionamento do nosso corpo. Só assim, quando tivermos essa compreensão, iremos aceitar de bom grado uma dieta vegetariana.




Filipe Gonçalves









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